Meu primeiro emprego foi aos 16 anos, como operadora de caixa, e hoje com 23, sigo nessa mesma profissão. Operadores de caixa de plantão irão entender e concordar que meus parafusos a menos com certeza se deve a esse fato.
Não foram 7 anos direto, houve pausas, houve novas profissões (glória a Deux), mas cai nesse abismo e não consegui sair ainda.
E porque abismo? Bom, digamos que todos hão de concordar que para ser operador de caixa deve-se ter muita paciência. Muita paciência mesmo. Afinal, aturar reclamações constantes de preços, produtos em falta, atendimento de outros setores, fora as ladainhas da vida pessoal de cada um, não é NADA fácil.
Por falar em ladainhas, atire a primeira pedra o operador de caixa que nunca serviu de psicológo ou terapeuta. Pois é, trabalhar nessa profissão é conhecer um pouco da vida de cada um, ou muito da vida, depende o quanto você é simpático. O cliente te transforma em amigo, e amigo serve pra ouvir nossos choros e reclamações né? Só que muitas vezes não queremos ser amigos. Não queremos ouvir reclamações, muito menos choros. Só queremos trabalhar e fazer nosso serviço, contando as horas para voltar pra casa.
Ta aí outra coisa, o horário. Ah, o horário.... Pontual na chegada, mas na saída é um Deus nos acuda né? Fechar caixa, arrumar vales, comprovantes, moedas, notas.... é tantos papeis e números que tem dias que se pudéssemos saíriamos correndo. Literalmente.
E as perguntas toscas que ouvimos? Ah, ainda bem que a gente aprendeu a contar né? Tem vezes que contar até 10 é pouco...
''Tá atendendo moça?'' Não, não, to aqui sentada só olhando pra cara das pessoas.
''Trabalha aqui?'' Não, gostei do uniforme deles e resolvi fazer propaganda de graça.
''Posso passar?'' Não, to atendendo o Gasparzinho.
Fora as mil e uma perguntas toscas e as respostas que ficam na ponta da língua, mas a gente respira, força o sorriso, engole a patada e concorda né. Porque nós somos um amorzinho. (Ainda bem que ninguém pode ler mentes)
E quando dá briga no caixa pra ver quem paga conta? Eu não sei vocês, mas o que já presenciei de gente quase se estapeando pra querer pagar a conta e o fulaninho não pagar.... Eu hein. Se tá sobrando dinheiro, a gente até pode dar os nossos boletos pra eles pagarem né, não seria má ideia....
E por falar em briga no caixa, e as divisões?
''Moça, divide em 10. A minha parte tu soma mais 7, na dele mais uma caixa de bombom, na do fulano tu soma mais 23, na do ciclano mais tanto''. PELO AMOR DE DEUS. É nessas horas que a gente tem vontade de sair na voadora. Mas o que fazemos? Exatamente. Para. Respira. Faz cara de paisagem. E concorda. Porque somos plenos e não precisamos surtar em público.
Mas ás vezes a gente surta. A gente dá umas patadas. A gente retribui as grosserias.
E aí o mimimi é maior. NOSSA QUE MOÇA ANTIPÁTICA.
Falou a pessoa que coloca a cestinha em cima do caixa, cheia de coisa dentro e fica olhando pra nossa cara pra gente tirar.
Essa mesma pessoa é que a gente dá um bom dia, e chegamos até a pensar que a pessoa é muda, porque ela te olha e nem mexe a boca.
Essa mesma pessoa é a que acha que estamos ali só para atender as necessidades dela, e minha nossa, Deus nos livre se não tiver no supermercado o produto que ela procura.
ATA NÉ.
Aos amigos e amigas, operadoras de caixa, lhes desejo muita paciência, clientes que lhes dão doces e presentes e muitas moedas, afinal, as moedas são um grande caos na nossa vida né?!
Até o próximo post! ♥
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